[⭐ 5 Estrelas] Confira os melhores artigos de 2020 para Cirurgiões-dentistas!

     Em 2020, tivemos a honra de contar com a ajuda de alguns de nossos queridos professores para a criação de ricos artigos destinados à nossa página do blog. Você, Cirurgião-dentista, não pode deixar de conferir!

     Mini-implantes: essenciais na Ortodontia moderna!

     Esse artigo foi criado por:

Professor Augusto Lunes

     O surgimento dos Mini-implantes possibilitou a obtenção de resultados mais eficazes, previsíveis e assertivos nos tratamentos ortodônticos, se tornando essenciais na Ortodontia moderna. (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI.

     Respiração e Desenvolvimento Facial

     Esse artigo foi criado por:

Professora Vera Lúcia de Souza Nora

     A respiração é essencial à vida. Além do seu papel em relação às trocas gasosas e função olfatória, ela é extremamente importante no crescimento e desenvolvimento do complexo bucomaxilofacial.

     O ser humano foi programado para respirar exclusivamente pelo nariz. O ar entrando pelas narinas, além de ser filtrado, umedecido e aquecido adquirindo características saudáveis e protetoras das vias aéreas, em seu percurso circular pelas fossas nasais e seios paranasais “infla” a maxila e “esculpe” a face. (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     Os desafios do tratamento com Exodontias

     Esse artigo foi criado por:

Professor Augusto Lunes

      A Ortodontia vive maravilhando aqueles que tem a ousadia (e a felicidade) de encontrar nessa especialidade o seu caminho. No princípio, a simples correção de apinhamentos, de dentes girovertidos, o alinhamento e nivelamento nos encantam! Com a evolução na especialidade, é natural que o foco do nosso encantamento vá mudando para desafios maiores.

    Iniciamos nosso aprendizado pelo diagnóstico, pilar fundamental para um bom planejamento ortodôntico. Com esse conhecimento mais sedimentado, somos capazes de enxergar novos desafios: a correção das más oclusões de Classe II e III, mordidas cruzadas anteriores e posteriores, mordidas abertas, sobremordidas profundas. Ao sermos capazes de diagnosticar esses problemas, surge a maior preocupação do neófito em Ortodontia: que mecânica usar para corrigir essas más oclusões? A que detalhes devo estar atento(a) para não errar?

     Correções transversais, sagitais com distalização, uso de elásticos. Até esse ponto, o aprendizado deve ter sido suave e relativamente indolor. Mas eis que surge o desafio extremo: exodontias!!! O que nos preocupa de início é se conseguiremos fechar aqueles espaços todos. Afinal de contas, cada pré-molar tem em média 7mm!

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     Um panorama atual sobre a Disfunção Temporomandibular

     Esse artigo foi criado por:

Professora Cristina Prado

     Disfunção Temporomandibular (DTM) é o nome dado a todas as condições clínicas que acometem tanto a Articulação Temporomandibular (ATM) propriamente dita, quanto os tecidos relacionados a essa articulação, como por exemplo, os músculos da mastigação.

      As queixas mais comuns relatadas pelos pacientes que apresentam sinais e sintomas de DTM são: dor na ATM e/ou musculatura relacionada (podendo esta dor ser espontânea ou estimulada pela palpação e/ou função mandibular), limitação de abertura bucal, travamento mandibular (de boca fechada ou de aberta), além de sons articulares como o estalido e a creptação. (…)

Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     A mastigação e sua influência no Desenvolvimento Craniofacial

     Esse artigo foi criado por:

Professora Valéria Medau

      Odontologia lida com uma das áreas anatômicas mais refinadas do corpo humano do ponto de vista neuromuscular. Possui uma capacidade incrível de adaptação, deve ser estudada e compreendida em todos os seus aspectos fisiológicos para permitir tratamentos que melhorem seu funcionamento. É somente por meio de uma função equilibrada e harmoniosa que um sistema em desenvolvimento pode crescer saudavelmente, evitando prejuízos e mantendo esses resultados constantemente ao longo da vida adulta. O verdadeiro objetivo da Odontologia deve ser o equilíbrio funcional e a harmonia do sistema estomatognático. A mastigação requer coordenação precisa entre oclusão dentária, músculos mastigatórios, estruturas articulares e controle motor. A entrada periférica proveniente dos receptores periodontais dos dentes é numericamente concentrada, sensível, altamente especializada e extremamente rápida em atingir os centros neurais alocados ao controle mastigatório (PIANCINO; KYRKANIDES, 2016).

     O crescimento craniofacial depende de fatores genéticos e epigenéticos (ENLOW, 1993).

     São três os padrões faciais e cada um deles com um padrão muscular (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     BRUXISMO – o que podemos fazer?

    Esse artigo foi criado por:

Professor Ernando Santos

     Entramos em um campo de muitas controvérsias, por isso, há necessidade de embasamento em pesquisas para definirmos conceitos e protocolos.

    Em 2013, foi publicado um consenso internacional para definição e graduação do bruxismo por Lobbezoo et al. Porém, mais pesquisas são necessárias para que se entenda totalmente sua etiologia e fisiopatologia. Esse consenso, revisto em 2018, estabeleceu a seguinte definição:

     Bruxismo é uma atividade da musculatura mastigatória repetitiva caracterizada por apertamento ou ranger de dentes e/ou segurar ou empurrar a mandíbula (com ou sem contato entre dentes). (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     Aprender dobras ainda é importante?

     Esse artigo foi criado por:

Professora Cristina Prado

     Quem nunca ouviu falar que o ortodontista formado pela técnica Edgewise finaliza melhor os seus casos em relação a quem aprendeu exclusivamente Straigth–wire? Para esclarecer essa questão vale a pena relembrarmos um pouco da história da ortodontia. (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     A influência do Ortodontista no tempo de Tratamento Ortodôntico

     Esse artigo foi criado por:

Professor Augusto Lunes

     De todas as perguntas recorrentes em um consultório de Ortodontia, talvez a mais ouvida seja referente a quando o aparelho será removido. Por mais que um prazo tenha sido fornecido ao paciente, alguns parecem “nos testar” mensalmente.

     Mas a preocupação com o tempo de tratamento nunca pertenceu somente aos pacientes. A Ortodontia tem buscado, incessantemente, formas de diminuir o tempo total de tratamento. (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     A influência do Ortodontista no tempo de Tratamento Ortodôntico – PARTE 2

     Esse artigo foi criado por:

Professor Augusto Lunes

     Na primeira parte deste texto, discorremos sobre fatores potencializadores e limitantes da velocidade do tratamento ortodôntico, nesta busca incansável da Ortodontia por resultados mais céleres.

     Além de técnicas que efetivamente tem sucesso em diminuir o tempo de movimentação dentária induzida, abordamos a importância da atenção constante às unidades de ação e reação, com o objetivo de controlar efeitos colaterais muitas vezes indesejados e que podem promover acréscimos consideráveis ao tempo de tratamento. Por fim, tecemos breves considerações sobre ancoragem esquelética e sua imprescindibilidade na Ortodontia atual.

Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

     COLAGEM EM SUPERFÍCIES DE PORCELANA

     Esse artigo foi criado por:

Professor Fernando Garcia

      Com a maior demanda das pessoas por saúde e estética somada aos mais recentes avanços tecnológicos na Ortodontia, cada vez mais pacientes adultos estão buscando tratamento ortodôntico. Na verdade, nos últimos anos a percentagem de pacientes com mais de 18 anos que iniciaram tratamentos ortodônticos só tem aumentado, chegando, em algumas clínicas, a mais de 50% da clientela. Nesse cenário, os ortodontistas têm se deparado com o desafio de realizar colagem de acessórios em dentes que receberam restaurações cerâmicas (coroas, facetas, lentes de contato). Essa é uma tarefa desafiadora, mas utilizando-se os materiais adequados e seguindo os procedimentos necessários podemos conseguir uma colagem bastante resistente e que preserve a integridade e a estética do material cerâmico. (…)

     Não deixe de conferir o artigo completo! CLIQUE AQUI. 

blank

     Venha conhecer os cursos do Instituto Marcelo Pedreira! Ah, e não deixe de compartilhar esse post com seu colega de profissão! 

COLAGEM EM SUPERFÍCIES DE PORCELANA

      Com a maior demanda das pessoas por saúde e estética somada aos mais recentes avanços tecnológicos na Ortodontia, cada vez mais pacientes adultos estão buscando tratamento ortodôntico. Na verdade, nos últimos anos a percentagem de pacientes com mais de 18 anos que iniciaram tratamentos ortodônticos só tem aumentado, chegando, em algumas clínicas, a mais de 50% da clientela. Nesse cenário, os ortodontistas têm se deparado com o desafio de realizar colagem de acessórios em dentes que receberam restaurações cerâmicas (coroas, facetas, lentes de contato). Essa é uma tarefa desafiadora, mas utilizando-se os materiais adequados e seguindo os procedimentos necessários podemos conseguir uma colagem bastante resistente e que preserve a integridade e a estética do material cerâmico.

      Basicamente, há duas opções viáveis para se realizar a colagem sobre superfícies cerâmicas:

  1. Adesão por retenção mecânica através de condicionamento da porcelana com ácido hidrofluorídrico;
  2. Adesão por ligação química com a utilização de silano agente de união.

      O método mais utilizado certamente é o condicionamento com ácido hidrofluorídrico, mas ele apresenta algumas desvantagens: além de ser um ácido muito agressivo e exigir extremo cuidado no manuseio ele torna a superfície cerâmica áspera e porosa, semelhante ao esmalte condicionado pelo ácido fosfórico.

      Apesar de promover uma excelente adesão, esse método remove o glaze da cerâmica, o que compromete o seu brilho, e que depois será muito difícil de devolver à essa superfície, após o término do tratamento ortodôntico. Por essa razão, a utilização de um silano agente de união para a obtenção de uma adesão química torna-se extremamente interessante. Além de ser um método mais seguro, ainda promove ótima força de adesão sem o inconveniente de alterar a estética da superfície por preservar a camada de glaze da porcelana.

      Na Odontologia, o silano é um agente de união encontrado na forma de primers para porcelana. Existem diversos tipos de primers no mercado, mas geralmente são constituídos de etanol e silano, que cria uma união entre o silício da porcelana e o acrílico do material de colagem.

      A seguir, serão apresentadas as etapas para se realizar uma colagem eficiente e eficaz utilizando o primer para porcelana.

      Instruções

      Faça uma profilaxia com escova de Robinson, pedra-pomes e água na superfície que receberá a colagem.

      Promova um bom isolamento e controle de saliva para que não haja contaminação da superfície.

  1. Aplique ácido fosfórico sobre a superfície da porcelana. O ácido irá limpar e acidificar a superfície. Não lave o ácido! Apenas remova o excesso com uma gaze seca. O ácido fosfórico deve permanecer sobre a porcelana para que ocorra sua reação com o silano.
  2. Aplique o silano sobre a superfície acidificada com um aplicador microbrush. O silano deve ser aplicado imediatamente após a remoção do excesso de ácido. Aplique uma segunda camada de silano. Deixe a mistura de ácido fosfórico e silano descansar sobre a superfície durante um minuto. Nota: o silano para porcelana tem prazo de validade de 12 meses. Não utilize o produto se a data de validade expirar, pois o material pode tornar- se ineficaz com o passar do tempo. Mantenha o frasco bem fechado quando não estiver em uso.
  3. Após um minuto, lave minuciosamente e seque a superfície cerâmica. Mantenha-a bem isolada e livre de saliva.
  4. Agora, a cerâmica encontra-se coberta por uma camada mono-molecular de acrílico que é compatível à colagem com qualquer resina ortodôntica. Primeiro, aplique uma camada de agente adesivo sobre porcelana preparada e em seguida posicione o bráquete com resina aplicada à sua base.

      Remoção dos acessórios

      Ao final do tratamento ortodôntico, a remoção dos bráquetes metálicos ou de policarbonato deve ser realizada com alicates para remoção de bráquetes, da mesma maneira que se procede quando da remoção dos acessórios colados sobre o esmalte. Após a remoção, faz-se um polimento com material próprio para acabamento e polimento.

      No caso dos bráquetes cerâmicos, recomenda-se criar uma canaleta no corpo da peça, com uma fresa diamantada, para enfraquecê-la e, depois, utilizar o alicate para remoção de bráquetes. No final, realiza-se o polimento.

      Conclusão

      Com o método descrito, é possível alcançar uma colagem resistente e que não comprometa a integridade e a estética da restauração cerâmica.

A influência do Ortodontista no tempo de Tratamento Ortodôntico – PARTE 2

     Na primeira parte deste texto, discorremos sobre fatores potencializadores e limitantes da velocidade do tratamento ortodôntico, nesta busca incansável da Ortodontia por resultados mais céleres.

     Além de técnicas que efetivamente tem sucesso em diminuir o tempo de movimentação dentária induzida, abordamos a importância da atenção constante às unidades de ação e reação, com o objetivo de controlar efeitos colaterais muitas vezes indesejados e que podem promover acréscimos consideráveis ao tempo de tratamento. Por fim, tecemos breves considerações sobre ancoragem esquelética e sua imprescindibilidade na Ortodontia atual.

     A atenção demasiada (e justa) a aspectos mais amplos do tratamento como diagnóstico, planejamento, manejo do paciente (instruções, cobranças e motivação) bem como a necessidade de realizar atendimentos de qualidade porém  em grande volume, muitas vezes nos leva a negligenciar pequenos aspectos da mecânica ortodôntica que cobram um preço amargo aumentando o tempo de tratamento. Pequenos detalhes que somados fazem grande diferença no tempo total.

     Nesta fase inicial de todo tratamento ortodôntico, há em geral inúmeras frentes a se atuar. Dentes girovertidos, apinhamentos, diastemas além é claro, de ser a fase em que o paciente, ainda em fase de adaptação ao aparelho, mais demanda nossa atenção, seja em instruções (recorrentes, muitas vezes) sobre higiene e alimentação, seja em recolagens de peças e acessórios.

     Essa miríade de “afazeres” muitas vezes tira o foco de efeitos colaterais de mecânica que, quando detectados, nos espantam de como não foram percebidos a seu tempo. Pequenas iatrogenias, perdoáveis até (quem nunca?) mas que demandam tempo para sua correção. Tempo que não será cobrado pelo paciente nesta fase (não esqueça que há a empolgação natural com  o “novo”, muitas cores a serem exploradas) mas que fatalmente nos tirarão a tranquilidade de uma finalização mais detalhada com a pressão para a remoção do aparelho – tempo perdido desnecessariamente que poderia ser capitalizado na fase final do tratamento.

     Exemplo bastante simples pode ser observado na Figura 1. Para o nivelamento do canino superior (seta vermelha), houve a necessidade de evolução até um arco de maior rigidez (0.018” de aço) a fim de minimizar o efeito intrusivo (setas verdes) que fatalmente ocorreria caso um fio único de maior flexibilidade passasse de uma única vez por todos os slots. Ao mesmo tempo, um arco de grande flexibilidade (NiTi 0.012”) vai “buscar” o canino em supra-oclusão.  Repare que o arco de NiTi também não é inserido no slot do incisivo lateral. Na Figura 2, pode-se observar um mínimo de efeito sobre as unidades de reação (incisivos e pré-molares).

blank

     Os exemplos a seguir mostram casos em uma fase um pouco mais adiantada do tratamento, onde também  pode haver efeitos iatrogênicos na mecânica ortodôntica que resultem em necessidade de realinhamento ou renivelamento, atrasando a evolução do tratramento.

     A Figura 3 mostra movimento de mesialização de dentes inferiores para correção da relação II de caninos. Há ausência do 1° molar inferior esquerdo e uma mola aberta foi inserida entre o 2° molar e o 2° pré-molar. Se distraidamente não fosse colocada uma mola fechada entre 1° e 2° pré-molares, fatalmente o 2° pré-molar sofreria giroversão, causando a interrupção temporária da correção sagital.

blank

     E o que aconteceria ao incisivo lateral e canino da Figura 4 se não tivesse recebido “com carinho”  amarrilhos metálicos nas aletas opostas ao elástico em corrente? 

blank

     Gostaria de concluir salientando que o trabalho de um Ortodontista é avaliado, sobretudo, pela qualidade com que finaliza seus casos. Mas não se pode ignorar o fator “tempo de tratamento” nos dias atuais. Devemos entregar casos bem finalizados, no menor tempo possível dentro das possibilidades técnicas e limitações biológicas. Aquele profissional que procura finalizar bem os seus casos, não se descuidando dos detalhes e mantendo o foco nas unidades de ação e reação, de forma a  antecipar e minimizar possíveis efeitos indesejados, certamente estará mais próximo da excelência.

Que não se tenha pressa, mas que não se perca tempo”.

Miriam Lewer

Esse post foi criado pelo Professor:

blank

Augusto Iunes

Professor do Instituto Marcelo Pedreira

A influência do Ortodontista no tempo de Tratamento Ortodôntico

     De todas as perguntas recorrentes em um consultório de Ortodontia, talvez a mais ouvida seja referente a quando o aparelho será removido. Por mais que um prazo tenha sido fornecido ao paciente, alguns parecem “nos testar” mensalmente.

     Mas a preocupação com o tempo de tratamento nunca pertenceu somente aos pacientes. A Ortodontia tem buscado, incessantemente, formas de diminuir o tempo total de tratamento. Edward Angle, o pai da especialidade, afirmou que um tratamento ortodôntico, quando bem executado, leva em média, 2 anos para ser realizado. A Ortodontia moderna, com toda a tecnologia à disposição dos dias atuais fez com que nossos tratamentos se tornassem mais tranquilos de serem realizados (para Ortodontistas e pacientes), mas será que o tempo de tratamento diminuiu tanto assim com relação à afirmação de Angle?

     Sabemos que há um limite biológico. Os fenômenos que regem a movimentação dentária induzida são soberanos. No entanto, outros fatores influenciam o tempo de tratamento, como idade do paciente, severidade da má oclusão, padrão facial e muscular, condições periodontais, presença de hábitos e claro, cooperação.

      A colaboração do paciente é fundamental para um bom andamento do tratamento. Aqueles menos colaboradores, especialmente na fase de utilização de elásticos, tem seu tratamento prolongado. Cabe ao Ortodontista, portanto, conscientizar o paciente sobre a importância da colaboração para que bons resultados sejam alcançados em um menor tempo possível e deixá-lo ciente do tempo adicional para o término do tratamento quando demonstrar atitude não colaborativa.

     Propostas para aceleração da movimentação dental

     A fim de superar barreiras em direção a um tratamento ortodôntico mais rápido, técnicas e aparelhos diversos foram propostos com o intuito de acelerar a movimentação ortodôntica. Procedimentos de corticomia (FIGURA 1), micro-osteoperfurações (MOP’s), laserterapia de baixa intensidade (LLLT) por exemplo, foram apresentados à comunidade ortodôntica como propostas de se acelerar a movimentação dentária e consequentemente abreviar o tempo de tratamento ortodôntico. Alguns deles promovem efetivamente uma aceleração da movimentação dentária, porém com limitações. A necessidade de realização recorrente de procedimentos cirúrgicos (corticotomia) e de investimentos em aparelhagem (LLLT) muitas vezes torna inviável a execução de forma rotineira para a maioria dos ortodontistas. 

FIGURA 1 – Corticotomia.

blank

Fonte: Rodrigues et al. (2020)

     Uma lembrança que deveria ser constante: A terceira lei de Newton

     As variáveis com influência sobre o tempo de tratamento são normalmente consideradas e recebem a atenção do Ortodontista na elaboração do plano de tratamento. O que muitas vezes é desconsiderado, é que o tempo de tratamento também depende frontalmente da atuação do Ortodontista.

     Durante o planejamento da mecânica ortodôntica, há uma tendência – especialmente aos menos experientes – da visualização apenas dos movimentos dos dentes da unidade de ação. Talvez o maior diferencial daqueles com maior vivência na especialidade com relação aos iniciantes, seja a capacidade de enxergar e antever os efeitos da mecânica na unidade de reação (FIGURA 2) e levá-los em consideração no planejamento.  Essa conduta é fundamental para a obtenção de bons resultados – e também responsável direta pela diminuição tempo de tratamento.

FIGURA 2 – Unidades de Ação (Setas azuis) e Unidade de Reação (setas vermelhas).

 

blank

Fonte: Do autor.

     Efeitos colaterais de mecânica – o “ladrão” de tempo do Tratamento Ortodôntico

     Quando não nos atentamos para os efeitos colaterais da mecânica (ou efeitos sobre a unidade de reação), quase sempre teremos problemas. Algumas vezes, os efeitos colaterais até são desejados e nos favorecem, mas na maior parte dos casos eles serão desfavoráveis. E a correção desses efeitos toma tempo precioso no tratamento, que poderia ser empregado na remoção em tempo menor que o acordado com o paciente (excelente para o seu marketing pessoal) ou para refinar a finalização com mais tranquilidade, atingindo resultados de excelência.

     Um verdadeiro fantasma, que por décadas assombrou Ortodontistas, foi a questão da ancoragem. Havia sobre a ancoragem, uma máxima entre os Ortodontistas, repetida em tom irônico e resignado: “Perde-se quando não se pode, não se perde quando se quer”. O tormento de controlar a unidade de reação, especialmente em movimentos de translação (retrações, distalizações, mesializações) foi resolvido com o advento da ancoragem esquelética. Miniplacas e, principalmente, mini-implantes (FIGURA 3), simplificaram bastante este controle, praticamente anulando efeitos colaterais e otimizando os resultados do tratamento.

FIGURA 3- Ancoragem absoluta como mini-implante.

blank

Fonte: do autor.

     Para além da ancoragem esquelética, outras condutas, quando adotadas, podem evitar ou minimizar efeitos indesejados que nos fazem perder tempo precioso na conclusão dos tratamentos.  Sobre essas condutas, relacionadas a diferentes tipos de correção, discorreremos na segunda parte do nosso texto. Até breve!

Esse post foi criado pelo Professor:

blank

Augusto Iunes

Professor do Instituto Marcelo Pedreira

 

Aprender dobras ainda é importante?

    Quem nunca ouviu falar que o ortodontista formado pela técnica Edgewise finaliza melhor os seus casos em relação a quem aprendeu exclusivamente Straigthwire? Para esclarecer essa questão vale a pena relembrarmos um pouco da história da ortodontia.

     O “pai da ortodontia”, Edward H. Angle, buscou incessantemente alcançar o movimento tridimensional dos dentes, ou seja, desenvolver um aparelho ortodôntico que tivesse controle tanto do movimento de coroa, quanto do movimento radicular dos dentes. E foi buscando essa precisão na movimentação dentária que ele apresentou em 1928/29 o primeiro aparelho ortodôntico fixo com controle realmente preciso e eficiente do torque radicular: o aparelho Edgewise, também conhecido como aparelho do arco de canto. Com um arco retangular encaixado na canaleta dos braquetes, esse aparelho produziria forças binárias capazes de controlar tridimensionalmente os dentes! Genial!

     Porém, a técnica demandava uma grande habilidade manual dos ortodontistas e um extenso treinamento prático para o manuseio e confecção dos arcos ortodônticos, afinal o alinhamento, o nivelamento e os torques eram decorrentes de dobras e torções incorporadas ao arco ortodôntico. Sendo assim, cada detalhe desse arco e dessas dobras faria diferença no resultado final do movimento dentário e do tratamento.

    Diante do exposto acima, fica fácil de se entender porque o ortodontista formado pela técnica Edgewise desenvolvia um olhar extremamente sensível ao refinamento do tratamento e ao posicionamento dentário, afinal, tudo dependia literalmente das suas mãos e de sua capacidade em enxergar os pormenores da técnica, da posição dentária conquistada e previamente almejada.

     Com o advento da técnica pré-ajustada Straigthwire, proposta por Lawrence F. Andrews em 1976 e introduzida no Brasil na década de 80, “as dobras foram incorporadas aos braquetes”, ou seja,  as bases e canaletas dos braquetes passaram a ter um desenho adequado de modo que, ao receber o arco ortodôntico sem dobras, conferissem aos dentes angulação, inclinação e in-out ideais e previamente programados. Isso proporcionou maior praticidade à aparelhagem ortodôntica fixa, diminuindo a necessidade de dobras de primeira, segunda e terceira ordens, facilitando muito o dia a dia do ortodontista.

     Entusiastas da técnica chegaram a acreditar que seria o fim das tão temidas dobras! Realmente, a praticidade conquistada por meio da técnica Straightwire é inegável mas, engana-se quem acredita que o aprendizado e o treinamento em dobras passou a ser desnecessário… Fatores como o posicionamento dos braquetes na colagem, a espessura da resina na base das peças e a anatomia dentária podem influenciar na leitura das prescrições incorporadas aos braquetes e no resultado final desejado, necessitando que o ortodontista realize dobras no arco com o objetivo de melhorar o acabamento dos casos.

     Enfim, mesmo trabalhando com a técnica Straigthwire e suas mais variadas prescrições e individualizacões, se você quer ser um ortodontista diferenciado e deseja entregar um tratamento de excelência ao seu paciente, deve entender a importância de se aprender a técnica “mãe da ortodontia”,  de treinar sua habilidade em dobras e de treinar o seu olhar para os detalhes e para o refinamento do tratamento.

     Exemplos de dobras de finalização utilizadas para refinar o nivelamento dentário (FIGURA 1) e a angulação dentária (FIGURA 2).

blank

Esse post foi criado pela Professora:

blank

Cristiana Prado

Professora do Instituto Marcelo Pedreira

Não deixe de conhecer nossa variedade de cursos!

blank

BRUXISMO – o que podemos fazer?

     Entramos em um campo de muitas controvérsias, por isso, há necessidade de embasamento em pesquisas para definirmos conceitos e protocolos.

    Em 2013, foi publicado um consenso internacional para definição e graduação do bruxismo por Lobbezoo et al. Porém, mais pesquisas são necessárias para que se entenda totalmente sua etiologia e fisiopatologia. Esse consenso, revisto em 2018, estabeleceu a seguinte definição:

Bruxismo é uma atividade da musculatura mastigatória repetitiva caracterizada por apertamento ou ranger de dentes e/ou segurar ou empurrar a mandíbula (com ou sem contato entre dentes).

     Essa definição trouxe uma visão atual de que o bruxismo é, principalmente, regulado centralmente e com o consenso emergente de que o bruxismo pode envolver mais do que o contato com os dentes, inclusive com envolvimento do sistema nervoso autônomo mediado por vários neurotransmissores, principalmente, a dopamina.

     Seu mecanismo é, simplificadamente, o seguinte (contagem regressiva):

blank

     Portanto, o conhecimento científico atual não nos permite afirmar que há relação causal entre alterações da oclusão dentária ou morfologia facial e bruxismo.

     Essa atividade repetitiva da musculatura mastigatória tem duas manifestações circadianas: pode ocorrer durante o sono ou quando acordado, sendo duas condições distintas, com fisiopatologia e tratamento diferentes.

    O Bruxismo do Sono (BS), rítmico (ranger) ou tônico (apertamento), tem correlação com micro despertares e ativação do sistema simpático, ocorre principalmente no sono leve (N1, N2 e às vezes REM) e o Bruxismo em Vigília (BV) tem mais características de segurar ou empurrar a mandíbula, com ou sem contato dentário e está intimamente relacionado a aspectos psicossociais (estresse, concentração e ansiedade principalmente).

     Essa dualidade também se apresenta quanto às consequências do bruxismo: VILÃO OU HERÓI? Em indivíduos saudáveis, o bruxismo não deve ser considerado um distúrbio, mas como um comportamento que pode ser um fator de risco para certas consequências clínicas como desgastes dentários, perdas periodontais, dor e/ou hipertrofia muscular, DTM, entre outros ou pode ser um fator de proteção em algumas situações como na apneia obstrutiva do sono ao liberar a passagem do ar movimentando a mandíbula ou no refluxo gastroesofágico, na tentativa de melhorar a salivação.

    Sua etiologia é complexa e multifatorial, muitas vezes ligada à predisposição genética, podendo ser idiopática ou mesmo se associar a outras patologias. Há fatores de risco que devemos investigar e tratar ou controlar, tais como:

  • Aspectos psicossociais como estresse e ansiedade;
  • Aspectos comportamentais como TDAH;
  • Sono não reparador;
  • Obstrução das vias aéreas superiores, devido à superficialização do sono (alta prevalência nas crianças);
  • Apneia obstrutiva do sono;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Cigarro, drogas ou medicamentos ao atuar no sistema dopaminérgico;
  • Algumas síndromes com alterações neurológicas;
  • Parasitose em crianças, há evidencias, mas não comprovação cientifica.

     O diagnóstico envolve relato pessoal, inspeção clínica e polissonografia e é transdisciplinar.

 Então, o que podemos fazer?

     E é importante salientar que bruxismo não tem tratamento, apenas controle de fatores de risco, mudanças de estilo de vida, higiene do sono, placas de mordida rígidas para proteção dentária e medicação por curto período de tempo.

 

REFERÊNCIAS

LOBBEZOO, F. et al. International consensus on the assessment of bruxism: Report of a work in progress. J Oral Rehabil., Oxford, v. 45, n. 11, p. 837-844, Nov. 2018.

KATO, T. et al. Sleep Bruxism: an oromotor activity secondary to micro-arousal. J Dent Res., Chicago, v. 80, n. 10, p. 1940-1944, Oct. 2001.

LAVIGNE, G. J. et al. Genesis of sleep bruxism: motor and autonomic-cardiac interactions. Arch Oral Biol., Oxford, v. 52, n. 4, p. 381-384, Apr. 2007

Esse post foi criado pelo Professor:

blank

Ernando Santos

Professor do Instituto Marcelo Pedreira

A mastigação e sua influência no Desenvolvimento Craniofacial

     A Odontologia lida com uma das áreas anatômicas mais refinadas do corpo humano do ponto de vista neuromuscular. Possui uma capacidade incrível de adaptação, deve ser estudada e compreendida em todos os seus aspectos fisiológicos para permitir tratamentos que melhorem seu funcionamento. É somente por meio de uma função equilibrada e harmoniosa que um sistema em desenvolvimento pode crescer saudavelmente, evitando prejuízos e mantendo esses resultados constantemente ao longo da vida adulta. O verdadeiro objetivo da Odontologia deve ser o equilíbrio funcional e a harmonia do sistema estomatognático. A mastigação requer coordenação precisa entre oclusão dentária, músculos mastigatórios, estruturas articulares e controle motor. A entrada periférica proveniente dos receptores periodontais dos dentes é numericamente concentrada, sensível, altamente especializada e extremamente rápida em atingir os centros neurais alocados ao controle mastigatório (PIANCINO; KYRKANIDES, 2016).

     O crescimento craniofacial depende de fatores genéticos e epigenéticos (ENLOW, 1993).

     São três os padrões faciais e cada um deles com um padrão muscular:

  • Padrão Mesofacial: caracterizado por um padrão de crescimento facial médio, quando os terços da face estão equilibrados, bem como a altura cuspídica, a distância intercondilar e o ângulo goníaco;
  • Padrão Braquifacial (face curta): caracterizado por um padrão de crescimento facial horizontal, altura facial inferior diminuída, musculatura forte, altura cuspídica baixa, distância intercondilar grande e ângulo goníaco diminuído;
  • Padrão Dolicofacial (face longa): padrão de crescimento vertical, altura facial inferior aumentada, o ângulo goníaco aberto, musculatura em geral débil, distância intercondilar pequena e cúspides altas (BIANCHINI, 1998).

     A função e/ou a parafunção não modificam nem desenvolvem um tipo facial, mas podem acentuar ou atenuar esse biotipo.

     Durante a ontogênese, a estrutura segue a compensação funcional e vice-versa (SLAVICEK, 2012).

     A mastigação é um dos fatores modeladores mais importantes do sistema estomatognático, responsável, em grande parte, pelo crescimento e desenvolvimento craniofaciais.

     Ela é ensaiada na vida intrauterina através da deglutição e sucção (SIMÕES, 2003). Ao nascimento, temos a presença dos reflexos da respiração, deglutição, sucção e ordenha, que garantem a sobrevida do bebê. Quando os bebês nascem, em geral apresentam a mandíbula retro posicionada em relação à maxila. A sucção e ordenha constituem a primeira fase da mastigação. A mandíbula realiza movimentos protrusivos e retrusivos, sincronizados com a deglutição e a respiração. Estes movimentos excitam as cabeças da mandíbula, promovendo crescimento e remodelagem de ramo com consequente crescimento mandibular (BASTOS; CHEDID, 2013).

     A partir dos 6 meses de vida, já devem ser introduzidos alimentos pastosos e cada vez mais sólidos ao bebê. Por volta dos 2 anos e meio, a dentição decídua deve estar completa. A mastigação deve ser bilateral e alternada, com ângulos funcionais mastigatórios simétricos, para propiciar o crescimento equilibrado dos maxilares (PLANAS, 1997). A consistência dos alimentos também influencia, por isso a preferência deve ser por alimentos fibrosos e consistentes (FLORIANE, 2019). A oclusão deve estar equilibrada.  Esse equilíbrio deve acontecer antes dos 6 anos de idade, onde ao harmonizar a função mastigatória, as forças oclusais que são distribuídas entre os arcos permitirão que os ossos do crânio finalizem seu desenvolvimento de acordo com uma trajetória de remodelação mais equilibrada (DESHAYES, 2013).

     O estímulo mecânico é percebido pelas células osteoprogenitoras, que são transformadas em pré-osteoblastos, depois em osteoblastos. Durante todo esse processo as células ósseas permanecem interconectadas pelos prolongamentos que emitem, formando uma rede celular conectada. Isso permite a propagação do estímulo para as células que estão distantes de onde ocorreu o estímulo mecânico. Ou seja, o remodelamento ósseo acontecerá não só no local do estímulo, mas em toda a extensão dessa rede (VALÉRIO, 2020).

     Ao examinar nossos pacientes, principalmente na dentição decídua precisamos estar atentos não só para os sinais estáticos da oclusão como também, devemos analisar a dinâmica mandibular. Podemos encontrar uma oclusão aparentemente equilibrada, mas se houver desequilíbrio nas trajetórias mandibulares estaremos diante de uma função incorreta, gerando estímulos inadequados, que podem causar o desenvolvimento assimétricos dos maxilares. Se detectarmos qualquer alteração, devemos tratar o mais cedo possível para possibilitar o crescimento e desenvolvimento harmoniosos, alcançando, assim, a meta que todo profissional de saúde busca: a prevenção.

Figuras 1 e 2 – Importância das forças de mastigação e consistência do bolo alimentar para o desenvolvimento craniofacial. As setas vermelhas representam a transmissão de forças musculares através dos dentes durante a mastigação.

blank

Fonte: Piancino (2016)

     Cinética mandibular no plano frontal: a mastigação deve ser bilateral e alternada com ângulos funcionais adequados e simétricos para que os estímulos aconteçam de forma equilibrada. O esquema abaixo mostra cinética mandibular, a direita e a esquerda.

Figuras 3 e 4 – Cinética mandibular (direita e esquerda).

 

blank

Fonte: Piancino (2016)

Figura 5 – A dinâmica da mastigação numa vista frontal. Movimento mandibular em vista frontal. Área de crescimento presente na sutura palatina mediana.

 

blank

Fonte: Bastos (2013)

Figura 6 – As forças oclusais no sentido sagital estimulando o crescimento póstero anterior da maxila. Movimento mandibular em vista sagital. Área de crescimento presente na sutura palatino transversa.

blank

Fonte: Bastos (2013) pág. 6

REFERÊNCIAS

BASTOS, S. H. Crescimento e desenvolvimento craniofacial do recém-nascido até o estabelecimento da dentadura decídua. In: CHEDID, S. J. Ortopedia e Ortodontia para a Dentição Decídua, São Paulo: Santos, 2013. p 1-7.

BIANCHINI, E. M. A Cefalometria nas alterações miofuncionais; diagnóstico e tratamento fonoaudiológico. Carapicuíba: Pró Fono, 1998, p. 107.

COSTA, H. N.; SLAVICEK, R.; SATO, S.  A computerized tomography study of the morphological interrelationship between the temporal bones and the craniofacial complex. Journal of Anatomy, London, v. 220, n. 6, p. 544–554, Jun. 2012. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3390508/. Acesso em: 13 jul. 2020.

ENLOW, D. H. Crescimento Facial. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1993. p. 24-36.

JAUNET, E.; LE GUERNB, A.; LE TACON, P.; THERY-DUMEIX, C.; DESHAYES, M. J. Uncovering and treating asymmetry before 6 years in our daily clinical practice: Option or obligation? Orthodontics or orthopedics? International Orthodontics, Paris, v. 11, n. 1, p. 35-59, Mar. 2013. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1761722712001192?via%3Dihub. Acesso em: 13 jul. 2020.

PIANCINO, M. G.; KYRKANIDES, S. Understanding Masticatory Function in Unilateral Crossbites. 1. ed. Oxfort, UK: John Wiley & Sons, 2016.

REMY, F. et al. Morphometric characterization of the very young child mandibular growth pattern: What happen before and after the deciduous dentition development? American journal of physical anthropology, Hoboken, v. 170, n. 4, p. 496-506, Dec. 2019.

SIMÕES, W. A. Ortopedia Funcional dos Maxilares através da Reabilitação Neuro Oclusal. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2003. p. 93-96.

VALÉRIO, P.; SIMÕES, W. A.; DUARTE, D. Ortopedia Funcional dos Maxilares: Pesquisa e Excelência Clínica! São Paulo: Napoleão, 2020. p. 28-39.

Esse post foi criado pela Professora:

blank

Valéria Medau

Professora do Instituto Marcelo Pedreira

Um panorama atual sobre a Disfunção Temporomandibular

     Disfunção Temporomandibular (DTM) é o nome dado a todas as condições clínicas que acometem tanto a Articulação Temporomandibular (ATM) propriamente dita, quanto os tecidos relacionados a essa articulação, como por exemplo, os músculos da mastigação.

      As queixas mais comuns relatadas pelos pacientes que apresentam sinais e sintomas de DTM são: dor na ATM e/ou musculatura relacionada (podendo esta dor ser espontânea ou estimulada pela palpação e/ou função mandibular), limitação de abertura bucal, travamento mandibular (de boca fechada ou de aberta), além de sons articulares como o estalido e a creptação.

    Estes sintomas estão presentes entre 40 a 60% da população, sendo a segunda maior queixa de dor (vindo logo atrás das dores odontogênicas) responsável por levar os pacientes aos consultórios odontológicos em busca de tratamento.

      Estudando a DTM ao longo dos anos, percebemos por meio dos livros, artigos e prática clínica, que essa área da Odontologia passou por muitas fases com as mais variadas opiniões (e porque não dizermos, dogmas!) sobre a sua etiologia e formas de tratamento. E ainda hoje, observamos colegas clínicos inseguros quanto ao correto diagnóstico e controle dos sintomas desta condição, o que pode levá-los, desnecessariamente, a realização de tratamentos invasivos, irreversíveis e, infelizmente, ineficazes.

     Essa dificuldade dos pacientes em encontrar um profissional habilitado à diagnosticá-lo e tratá-lo corretamente faz com que os mesmos transitem por vários profissionais de diferentes especialidades, muitas vezes, em vão, obrigando-os a conviver com a dor e, em alguns casos, acarretando a cronificação do problema. Estudos mostram a alta prevalência da dor crônica no Brasil, uma vez que cerca de 42% da população apresentam sintomas há mais de 3 meses, o que já é considerado um problema de saúde pública.

     Por tudo isso, enfatiza-se a importância dos dentistas estarem preparados para receber os pacientes portadores de sinais e sintomas de DTM em seus consultórios, tendo conhecimento da etiologia, diagnóstico e tratamento adequado. Dessa forma, certamente, promoverão a melhora na qualidade de vida e o alívio do sofrimento de muitas pessoas.

Esse post foi criado pela Professora:

blank

Cristiana Prado

Professora do Instituto Marcelo Pedreira

     Não deixe de conhecer os nossos cursos!

blank

Os desafios do tratamento com Exodontias

     A Ortodontia vive maravilhando aqueles que tem a ousadia (e a felicidade) de encontrar nessa especialidade o seu caminho. No princípio, a simples correção de apinhamentos, de dentes girovertidos, o alinhamento e nivelamento nos encantam! Com a evolução na especialidade, é natural que o foco do nosso encantamento vá mudando para desafios maiores.

     Iniciamos nosso aprendizado pelo diagnóstico, pilar fundamental para um bom planejamento ortodôntico. Com esse conhecimento mais sedimentado, somos capazes de enxergar novos desafios: a correção das más oclusões de Classe II e III, mordidas cruzadas anteriores e posteriores, mordidas abertas, sobremordidas profundas. Ao sermos capazes de diagnosticar esses problemas, surge a maior preocupação do neófito em Ortodontia: que mecânica usar para corrigir essas más oclusões? A que detalhes devo estar atento(a) para não errar?

     Correções transversais, sagitais com distalização, uso de elásticos. Até esse ponto, o aprendizado deve ter sido suave e relativamente indolor. Mas eis que surge o desafio extremo: exodontias!!! O que nos preocupa de início é se conseguiremos fechar aqueles espaços todos. Afinal de contas, cada pré-molar tem em média 7mm!

     São preocupações naturais do aprendizado; diria saudáveis, até. Tenho uma certa reserva daqueles que não temem nada, os que sem ter um maior domínio da área vão se aventurando sem maiores cuidados. Algumas noites mal dormidas por excesso de zelo com seus tratamentos apenas demonstram o quanto responsável você é!

     Saiba que todos passamos por isso. Com a experiência, você vai perceber que “fechar espaços” é a menor das nossas preocupações. Em um caso com quatro exodontias, temos que estar atentos a vários outros fatores: impacto das retrações no perfil, ancoragem (absoluta ou recíproca), atrito (que por vezes “trava” o movimento), inclinação excessiva dos incisivos para palatino/lingual, aumento da sobremordida,  inclinação dos molares, rotação mandibular, consumo do overjet, muitos fatores enfim.

     Tratar um caso com quatro exodontias tem suas peculiaridades. Ortodontistas com muitos anos de especialidade ainda evitam fazê-lo. Há alguns problemas. O maior deles reside na região de incisivos e recebeu um nome pomposo: perda do controle de torque anterior. Que significava basicamente a inclinação excessiva (e na maioria das vezes, indesejada) dos incisivos para palatino/lingual quando a retração está em curso. O resultado da perda de torque é o aumento da sobremordida, a piora na estética do sorriso e o pior, o consumo do overjet (sobressalência) antes que se terminasse o fechamento dos espaços. Muitos casos terminam com os caninos em relação de Classe II por esse motivo.

     “Antídotos” para esses efeitos existem, mas a maioria deles, ainda amplamente ensinada em muitos cursos de Ortodontia, não são tão simples.

formas de controle do torque anterior

1- Torque Resistente

   A primeira forma de se evitar que haja perda de torque anterior é aplicando torque resistente ao arco. Desse modo, a torção aplicada ao arco (dobra de terceira ordem) é transmitida ao slot do bráquete fazendo com que o dente receba uma força que se contraponha à força de verticalização exercida na retração.

     Há três problemas em se trabalhar com torques:

a) Demandam treinamento e é preciso obedecer ao tempo da curva de aprendizagem e experiência, sendo difícil para iniciantes na Ortodontia;

b) Demandam maior tempo de cadeira durante os atendimentos;

c) Dentes não respondem ao torque de maneira uniforme e linear. Há ocasiões em que a reposta do dente ao torque no arco demora 30, 60, 90 dias ou até mais.

2- Prescrições diferenciadas

     Outro modo de obter esse controle é utilizando bráquetes com prescrições de torque vestibular maior. Assim, ao ser inserido o arco retangular de calibre máximo, os incisivos irão ter maior inclinação vestibular, compensando antecipadamente a perda do torque que irá ocorrer durante a retração. Desvantagens dessa opção:

a) Atingir o arco máximo usando slot 022” é um desafio, pois o arco 0,021”X0,025” é extremamente rígido, só podendo ser inserido após os dentes estarem perfeitamente alinhados e nivelados. Além disso, as altas forças liberadas por esse arco causam grande desconforto ao paciente;

b) É necessário ter em seu arsenal de bráquetes uma outra prescrição de bráquetes somente para casos com extração. Para uma Ortodontia ágil, que visa atender um maior volume de pacientes de forma otimizada, a simplificação da logística do consultório é fundamental. Buscar reposições para diversos tipos de prescrição por exemplo, toma tempo do Ortodontista e da equipe auxiliar.

3- Alterações na Curva de Spee

    A acentuação da curva de Spee superior/reversão da curva de Spee inferior é outra maneira bastante utilizada de se fazer o controle de torque. Essa forma de trabalhar também peca pela falta de precisão. Curvas acentuadas em excesso geram inclinação maior que a necessária, curvas pouco acentuadas não promovem a inclinação ideal. Essa “briga” entre o que se consegue e o que seria ideal consome meses preciosos de tratamento.

4- Preenchimento dos slots dos bráquetes superiores pelos arcos

     Quando se consegue inserir um arco retangular com altura próxima a dos slots dos dentes anteriores, o controle de torque acontece automaticamente, sem necessidade de realizar torques e curvaturas nos arcos ou modificar a prescrição dos bráquetes. É dessa forma que o controle de torque anterior é feito na Técnica Bidimensional.

A Técnica Bidimensional

     Essa técnica, que nos permite tratar qualquer tipo de má oclusão, talvez encontre sua maior potencialidade em casos com exodontias. Há um casamento perfeito da mecânica exigida nesses casos com as características da Técnica Bidimensional: Controle de torque anterior e Diminuição do atrito posterior.

Controle de torque anterior

     O fato de os bráquetes dos incisivos possuírem slot 0.018” (altura da canaleta) na Técnica Bidimensional faz com que seja possível preencher esses slots com arcos 0,018”X0,025”, com controle preciso de torque. E isso de forma automática, sem dobras, sem trocar a prescrição, sem ter que imprimir curvas extras nos arcos. Menor tempo de cadeira e principalmente, podemos assim dirigir nosso foco para outros tantos aspectos importantes do nosso tratamento.

     Observe o caso clínico abaixo.  Note que durante a mecânica de retração anterior, os incisivos mantêm uma inclinação (torque) bastante favorável, permitindo o fechamento dos espaços com precisão.

Fonte: Autor

Diminuição do atrito posterior

     Como o arco de maior calibre utilizado na Técnica Bidimensional é o 0,018”X 0,025”, há uma diminuição considerável de atrito no deslize dos arcos pelos dentes posteriores já que, de caninos a molares o slot utilizado é o 0,022”. Essa folga de 0,04” entre arco e slot faz com que a mecânica de deslize seja ágil, leve e descomplicada.

     A diferença entre tamanhos dos slots dos incisivos e dos demais dentes, faz toda a diferença, especialmente em casos com extrações. O preenchimento dos slots anteriores (seta amarela) e a folga nos slots posteriores (setas vermelhas) permitem que a retração seja realizada de forma descomplicada e com ótimos resultados. A melhor definição do potencial dessa técnica (não por acaso, a mais simples) talvez seja a de seu idealizador, Anthony Gianelly: “Precisão e Praticidade”.

blank

Fonte: Autor

Esse post foi criado pelo Professor:

blank

Augusto Iunes

Professor do Instituto Marcelo Pedreira

Respiração e Desenvolvimento Facial

     A respiração é essencial à vida. Além do seu papel em relação às trocas gasosas e função olfatória, ela é extremamente importante no crescimento e desenvolvimento do complexo bucomaxilofacial.

     O ser humano foi programado para respirar exclusivamente pelo nariz. O ar entrando pelas narinas, além de ser filtrado, umedecido e aquecido adquirindo características saudáveis e protetoras das vias aéreas, em seu percurso circular pelas fossas nasais e seios paranasais “infla” a maxila e “esculpe” a face.

     Quando, por qualquer etiologia, o padrão respiratório pede suplência bucal por mais de 6 meses, consideramos estabelecida a respiração predominantemente bucal. Além da ausência do ar expandindo as vias aéreas superiores e chegando com baixa qualidade às vias aéreas inferiores, acontecem alterações importantes na tonicidade muscular de face e língua, na postura geral, na capacidade pulmonar, na qualidade da oxigenação sanguínea, no padrão do sono, dentre outras. Quanto mais cedo isso acontecer, mais alterações no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança ocorrerão.

     A abertura da boca e o abaixamento da língua para dar passagem ao ar, podem ser citados para que possamos dimensionar o quanto a respiração bucal pode interferir, por exemplo, na oclusão e no crescimento facial:

blank

     A síndrome do respirador bucal é multifatorial e seu tratamento é transdisciplinar. Somos um elo importante nessa cadeia e nosso papel como profissionais de saúde deve ser prevenir ou intervir o mais precocemente possível, evitando alterações, devolvendo normalidade às funções do sistema estomatognático para reequilibrar crescimento e desenvolvimento facial e geral e promovendo qualidade de vida.

Esse post foi criado pela Professora:

blank

Vera Lúcia de Souza Nora

Professora do Instituto Marcelo Pedreira